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Desafios da Saúde Mental Feminina Pós-Pandemia: Uma Reflexão Necessária

O cenário pós-pandemia trouxe à tona preocupações significativas sobre a saúde mental das mulheres brasileiras. De acordo com o relatório “Esgotadas”, desenvolvido pela ONG Think Olga, 45% das mulheres entre 18 e 65 anos no Brasil apresentam diagnósticos de ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais nesse contexto.

A ansiedade, infelizmente, tornou-se uma companheira constante para 6 em cada 10 mulheres no Brasil. Esses números revelam um quadro alarmante e urgente que demanda atenção e compreensão.

 

Impacto Profundo da Pandemia na Saúde Mental Feminina

A pesquisa revela que a sobrecarga de trabalho, a insegurança financeira e o esgotamento mental e físico são elementos centrais no sofrimento psíquico das mulheres. A economia do cuidado, que engloba todas as atividades relacionadas aos cuidados com a casa e à produção e manutenção da vida, tem gerado uma pressão avassaladora.

A insatisfação em áreas cruciais, como situação financeira e capacidade de conciliar diferentes aspectos da vida, é evidente. A vida financeira recebeu uma classificação alarmante de 1.4 em uma escala de 1 a 10, enquanto a capacidade de conciliação foi avaliada em 2.2. A insatisfação financeira atinge 48% das entrevistadas, com 32% delas insatisfeitas com a baixa remuneração.

 

Desafios Específicos: Mulheres como Principais Provedoras e a Sobrecarga do Cuidado

Mulheres são as únicas ou principais provedoras em 38% dos lares, principalmente aquelas da classe D e E, negras e com mais de 55 anos. O trabalho doméstico e a jornada excessiva de trabalho foram apontados como as principais causas de descontentamento, ficando atrás apenas das preocupações financeiras.

A sobrecarga de cuidado também impacta as mulheres de 36 a 55 anos (57% delas, cuidam de alguém) e as pretas e pardas (50% delas, cuidam de alguém).

 

Enfrentando o Estigma e Cuidando da Saúde Mental

Diante desse cenário, é vital desestigmatizar tabus sobre a saúde mental e incentivar ações do setor privado, sociedade civil e, principalmente, do setor público. A busca por um olhar mais atento à saúde mental cresceu significativamente após a pandemia, com 91% das entrevistadas considerando a saúde emocional como algo a ser levado muito a sério.

A reflexão sobre esses dados é um convite para um diálogo mais amplo e ações concretas em direção a um futuro mais sustentável para as mulheres. É preciso entender a dimensão desse impacto na vida das mulheres e suas consequências, se tornando essencial promover ações direcionadas ao bem-estar feminino.

A jornada para o equilíbrio emocional é coletiva e contínua. É necessário quebrar o silêncio, desafiar estigmas e construir juntas um ambiente de apoio e compreensão.

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Com atenção e reflexão, Flávia Tavares

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